Vícios...


Pela noite, perdeste nesses vícios que te oferecem como prazeres... Deslumbraste a olhar a lua, convencido que mais alguém também a está a ver. Enfim, uma falsa ilusão...pois continuas sózinho. Percorres as ruas dos sonhos em busca de momentos, pessoas ou apenas mais uma garrafa de vinho... E ao amanhecer, regressas a casa e dormes. Quando acordares, vais ter de enfrentar novamente a realidade, e começares de novo todo o ciclo... Haja lua...

Sonhos...


Mesa dos sonhos

Ao lado do homem vou crescendo
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas
Ao lado do homem vou crescendo
E defendo-me da morte povoando de novos sonhos a vida.
Alexandre O'Neill

No silêncio...


Doze moradas de silêncio

hoje é dia de coisas simples

(Ai de mim! Que desgraça!

O creme de terra não voltará a aparecer!)

coisas simples como ir contigo ao restaurante

ler o horóscopo e os pequenos escândalos

folhear revistas pornográficas

e demorarmo-nos dentro da banheira

na aldeia pouco há a fazer

falaremos do tempo com os olhos presos

dentro das chávenas

inventaremos palavras cruzadas na areia...

jogos e murmúrios de dedos por baixo da mesa

beberemos café sorriremos à pessoas

e às coisas caminharemos lado a lado

os ombros tocando-se

(se estivesses aqui!)

em silêncio olharíamos a foz do rio

é o brincar agitado do sol nas mãos das crianças

descalças

hoje


Al Berto

Mostrar dança...






(estas não fui eu que tirei!!!)

Partilhar...






A partilha - um bem necessário... não é uma obrigação!
É a comunhão.
Partilha sentimentos, emoções, fluídos, até pão...
Mas não te feches, pois perdeste e morres.

Devaneios...

..."Há acontecimentos que nos atravessam porque são extremamente visíveis, e outros que nos impregnam porque ocorrem numa matéria volátil que é o ar do tempo. Não demos por nada, pensámos noutra coisa, e de repente damo-nos conta de que alguma coisa mudou...

...A dor - nada de mais estranho ao pensamento. Sofre-se e isso impede de pensar. Pensa-se a dor e já não é dor. (...) Entre a emoção e o pensamento há uma espécie de incompatibilidade. Entre a dor e o pensamento, a incompatibilidade é extrema"...


Eduardo Prado Coelho