"...dizem que a paixão o conheceu mas hoje vive escondido nuns óculos escuros senta-se no estremecer da noite enumera o que lhe sobejou do adolescente rosto turvo pela ligeira náusea da velhice..." Al Berto
Divina Música...
Divina Música!
Filha da Alma e do Amor.
Cálice da amargura
E do Amor.
Sonho do coração humano,
Fruto da tristeza.
Flor da alegria, fragrância
E desabrochar dos sentimentos.
Linguagem dos amantes,
Confidenciadora de segredos.
Mãe das lágrimas do amor oculto.
Inspiradora de poetas, de compositores
E dos grandes realizadores.
Unidade de pensamento dentro dos fragmentos
Das palavras.
Criadora do amor que se origina da beleza.
Vinho do coração
Que exulta num mundo de sonhos.
Encorajadora dos guerreiros,
Fortalecedora das almas.
Oceano de perdão e mar de ternura.
Ó música.
Em tuas profundezas
Depositamos nossos corações e almas.
Tu nos ensinaste a ver com os ouvidos
E a ouvir com os corações.
Kahil Gibran
(não fui eu que tirei fotografia!)
Amor dos fogos...
Amor dos Fogos.....
vêm sôfregos os peixes da madrugada
beber o marítimo veneno das grandes travessias
trazem nas escamas a primavera sombria do mar
largam minúsculos cristais de areia junto à boca e
partem quando desperto no tecido húmido dos sonhos ....
vem deitar-te comigo no feno dos romances
para que a manhã não solte o ciúme
e de novo nos obrigue a fugir....
.... vem estender-te onde os dedos são aves sobre o peito
esquece os maus momentos a falta de notícias
a preguiça ergue-te e regressa
para olharmos a geada dos astros deslizar nas vidraças
e os pássaros debicam o outono no sumo das amoras....
.... iremos pelos campos à procura do silente lume das cassiopeias...
vêm sôfregos os peixes da madrugada
beber o marítimo veneno das grandes travessias
trazem nas escamas a primavera sombria do mar
largam minúsculos cristais de areia junto à boca e
partem quando desperto no tecido húmido dos sonhos ....
vem deitar-te comigo no feno dos romances
para que a manhã não solte o ciúme
e de novo nos obrigue a fugir....
.... vem estender-te onde os dedos são aves sobre o peito
esquece os maus momentos a falta de notícias
a preguiça ergue-te e regressa
para olharmos a geada dos astros deslizar nas vidraças
e os pássaros debicam o outono no sumo das amoras....
.... iremos pelos campos à procura do silente lume das cassiopeias...
Al Berto
A fonte...
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
Eugénio de Andrade
Dois amantes...
A verdade...
Amizade...
A noite passada...
A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia
"ri-me de ti "então porque não voas?"
e então tu olhaste depois sorriste
abriste a janela e voaste
A noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo dormias lá no fundo
faltou-me o pé senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas água
se então falámose então dissemos
aqui vivemos muitos anos
A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti disse baixinho "olá",
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhastedepois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste"
Sérgio Godinho
Para um Amigo muito especial...
Também te adoro!
E apetece-me tanto escrever...
E apetece-me tanto escrever...
Um turbilhão de emoções, sentimentos, ideias...
Passou tanto tempo desde a ultima vez.
Coisas que passam ao lado,
Importantes por vezes...
Ficam memórias.
Querer transformar em palavras,
Momentos...
O sentir partir...
Desabafos.
Sensações que o vento leva,
E por vezes quer trazer de volta...
Gritar as fúrias da vida.
Cantar as alegrias...
Passear por entre pessoas distantes,
Sem sentir...
Estar só, triste,
Neste mar imenso da vida.
Correr atrás de amigos,
Ou simplesmente fugir deles...
Mas tentar viver intensamente,
Por entre as cores da natureza que vai morrendo.
Um turbilhão de emoções, sentimentos, ideias...
Passou tanto tempo desde a ultima vez.
Coisas que passam ao lado,
Importantes por vezes...
Ficam memórias.
Querer transformar em palavras,
Momentos...
O sentir partir...
Desabafos.
Sensações que o vento leva,
E por vezes quer trazer de volta...
Gritar as fúrias da vida.
Cantar as alegrias...
Passear por entre pessoas distantes,
Sem sentir...
Estar só, triste,
Neste mar imenso da vida.
Correr atrás de amigos,
Ou simplesmente fugir deles...
Mas tentar viver intensamente,
Por entre as cores da natureza que vai morrendo.
Caminho eternamente...
É um sonho esta vida...
Ser poeta...
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
A lua da minha casa...
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