Quero uma vida em forma de coisa
No fundo dum sítio sozinho
No fundo dum sítio sozinho
Quero uma vida em forma de areia nas minhas mãos
Em forma de pão verde ou de cântara
Em forma de sapata mole
Em forma de tanglomanglo
De terra cheia de calhaus
De cabeleireiro selvagem ou de edredão louco
Quero uma vida em forma de ti
E tenho-a mas ainda não é bastante
Eu nunca estou contente
Boris Vian
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